Porcelana de Berlim
Em todo o mundo, a KPM – Königliche Porzellan-Manufaktur
Berlin – é sinônimo de porcelanas exclusivas e extremamente refinadas, com
tendências de design que servem de inspiração por diferentes gerações.
Com cerca de 250 anos de tradição, a KPM é a mais antiga
empresa de Berlim, comprada em 1763, por Frederico, o Grande, rei da Prússia. Era uma fabrica de porcelana de iniciativa privada a cargo de Wilhelm Caspar Wegele e funcionava em Berlim entre 1751 e 1757. O
rei, que desejava competir com as porcelanas de Dresden, Meissen e Sèvres, comprou-a à beira da falência e a converteu em uma das mais
importantes da Europa.
Desde então,
tornou-se fabricante de uma das porcelanas mais luxuosas do planeta, sinônimo
do mais alto nível e de uma criatividade infinita, retratada não apenas no
formato das peças, mas também em seus primorosos desenhos, fruto do trabalho
realizado artesanalmente, até os dias de hoje.
O cetro azul royal gravado na parte inferior de cada objeto é considerado como um selo de autenticidade e excelência, uma verdadeira obra de arte assinada pela KPM (o cedro azul cobalto existía desde 1837 ao qual foi acrescido posteriormente um orbe real com as iniciais K P M em vermelho
Apesar de produzir também esculturas e objetos de decoração
em porcelana, os serviços de jantar são a especialidade da KPM; são eles que
ajudam a contar a história da empresa, com seus estilos diferenciados - Rococó,
Classicismo, Art Nouveau ou Moderno - cada período da história da arte encontra
sua expressão nos objetos assinados pela grife alemã.
As porcelanas KPM são confeccionadas quase que inteiramente
à mão, utilizando métodos tradicionais passados de geração a geração. O processo
é meticuloso e demorado, exigindo dedicação e experiência, afinal, os artesãos
lidam apenas com matérias-primas selecionadas, combinadas nas proporções exatas
para garantir a máxima qualidade.
Por fim, cada artista conta com uma espécie de emblema
próprio, que caracteriza as porcelanas e que são impressos na parte inferior,
junto ao genuíno cetro azul royal da KPM.
Encerrando o processo de pintura, as porcelanas KPM recebem
uma camada especial de verniz e seguem novamente para o forno a cerca de 860°
C, em um compartimento separado que protege as peças contra os efeitos das
chamas e da fumaça.
Além de luxuosas, as porcelanas KPM se adaptaram à vida
moderna e são resistentes às máquinas de lavar-louça. Vendidas individualmente,
o valor de cada peça varia em função da complexidade de sua decoração, do
número de cores utilizadas no processo de pintura e também da quantidade de
peças a serem produzidas.
Os connoisseurs e colecionadores de porcelanas e antiguidades
reverenciam as peças da KPM por sua riqueza histórica e preciosidade, que as
tornou conhecidas como ‘white gold’.
Design moderno da KPM
Porcelana de Napoles (Capo-di-monte)
Charles foi coroado Rei da Sicilia em agosto de 1734, na cidade de Palermo. Vindo a tornar se Charles VII casou-se com a sobrinha de Augustus II, eleitor da Saxonia e Rei da Polônia, fundador da primeira fábrica de pasta dura da Europa, a famosa Meissen.
O Rei de Nápoles passou a desenvolver o gosto pela porcelana e a produzi-la no seu reino. Utilizando se dos métodos do grande alquimista e criador da Meissen, Bottiger, chamou dois alquimistas italianos para supervisionarem os trabalhos no seu palácio: Livio Ottavio Schepers e Giovanni Caselli. Eis o início desta incrível porcelana tão difundida e tão pouco produzida.
No inicio da Capo-di-Monte se produziam vasos, jogos de chá e café, bowls, potes de chá earros, tudo isso com um esmerado trabalho artístico e materiais de primeira. A diferença também esta na qualidade das cores e do ouro.
Ao ter que assumir o trono espanhol após a morte do pai, Filipe V de Espanha, e instalar-se em Madrid como Carlos III, desativou a fábrica de Capodimonte e reinstalou uma unidade equivalente em Buen Retiro, mas de pouca duração, usando a mesma marca, a flor de lis.
Doccia, perto de Florença foi a segunda fábrica mais antiga fundada na Itália, por iniciativa do Marquês Carlo Ginori, também ele entusiasmado com a recente descoberta, na Europa, da fórmula da verdadeira porcelana
Açucareiro Doccia do séc. XIX
Ainda à frente dos destinos de Doccia, que se mantinha a produzir com sucesso, a família Ginori adquiriu o que restava da fábrica de Nápoles, tendo usado o N coroado a azul sob o vidrado em muita da sua produção, já que se considerava sua legítima sucessora.
A decoração de putti e grinaldas em baixo relevo, pintada à mão, é muito característica da porcelana italiana do final de setecentos, até hoje imitada com o nome generalizado de Capodimonte
A “verdadeira” porcelana de Capo-di-Monte, produzida no período de 1743 à 1759 e marcada pela flor de Liz, é rara e improvável de ser encontrada em feiras e antiquários Uma das maiores coleções de peças Capo-di-Monte encontra-se em Roma no museu Capitolini. Vale a pena visitar!
Foi o filho de Carlos III, o rei de Nápoles Fernando IV, que em 1771 aí fundou a Fabbrica Reale Ferdinandea, desejando recriar a porcelana de alta qualidade que tinha sido produzida pelo seu pai. Para isso empregou muitos dos artesãos que tinham trabalhado em Capodimonte, mas os motivos decorativos passaram a ser dominados por um novo gosto, clássico, influenciado pelas recentes escavações em Pompeia e Herculano, ali tão próximas.
Esta porcelana passou a ser marcada com a sigla do rei, FRF, ou com a letra N de Nápoles sob uma coroa, geralmente pintada em azul sob o vidrado. A mesma marca incisa na pasta foi usada no primeiro período de fabrico, entre 1771 e 1782.
A decoração de putti e grinaldas em baixo relevo, pintada à mão, é muito característica da porcelana italiana do final de setecentos, até hoje imitada com o nome generalizado de Capodimonte
Foi o filho de Carlos III, o rei de Nápoles Fernando IV, que em 1771 aí fundou a Fabbrica Reale Ferdinandea, desejando recriar a porcelana de alta qualidade que tinha sido produzida pelo seu pai. Para isso empregou muitos dos artesãos que tinham trabalhado em Capodimonte, mas os motivos decorativos passaram a ser dominados por um novo gosto, clássico, influenciado pelas recentes escavações em Pompeia e Herculano, ali tão próximas.
Esta porcelana passou a ser marcada com a sigla do rei, FRF, ou com a letra N de Nápoles sob uma coroa, geralmente pintada em azul sob o vidrado. A mesma marca incisa na pasta foi usada no primeiro período de fabrico, entre 1771 e 1782.
Crise fecha tradicional fábrica de porcelana italiana
ELISABETTA POVOLEDO
DO "NEW YORK TIMES"
SESTO FIORENTINO, Itália - Durante quase 300 anos, a fábrica Richard Ginori produziu porcelanas artesanais que agraciaram museus e mesas do mundo todo.DO "NEW YORK TIMES"
Mas isso não serve de consolo para os mais de 300 empregados ameaçados de demissão desde que a fábrica foi declarada falida, em janeiro.
Numa manhã recente, empregados zanzavam perto da entrada, na esperança de que um novo dono salve a empresa e preserve o coração dessa cidade, vizinha a Florença, onde cada família está de alguma forma ligada à fábrica.
"Há leis para salvar os pandas", disse a funcionária Valentina Puggelli. "Queremos salvar algo igualmente raro."
Discute-se muito aqui como uma empresa fundada em 1735, tendo resistido a revoluções na indústria e nos gostos populares, pôde ir à falência.
As respostas dizem muito sobre as forças que fustigam as pequenas e médias indústrias da Itália num momento de crescente competição global e de crise econômica doméstica.
Os jantares formais estão gradualmente acabando. Com eles, também o mercado para a porcelana feita à mão, cuja produção é demorada e cara.
Discute-se muito aqui como uma empresa fundada em 1735, tendo resistido a revoluções na indústria e nos gostos populares, pôde ir à falência.
As respostas dizem muito sobre as forças que fustigam as pequenas e médias indústrias da Itália num momento de crescente competição global e de crise econômica doméstica.
Os jantares formais estão gradualmente acabando. Com eles, também o mercado para a porcelana feita à mão, cuja produção é demorada e cara.
Paolo Marchrtti
International Herald Tribune
A empresa precisou optar entre tentar preservar seu status como um luxuoso produto com o selo "Made in Italy" ou ceder aos gostos mais baratos do mercado global. Optou pelo segundo caminho e passou a produzir mais produtos para o cotidiano.
Mas os elevados custos trabalhistas e tributários da Itália deixaram a empresa em desvantagem perante a concorrência.
"A Richard Ginori precisa capitalizar em cima da sua alta qualidade", disse o empregado Giovanni Nencini.
"Nós somos a Ferrari da porcelana, mas os planos estratégicos dos últimos anos rebaixaram a qualidade da marca."
Muitas marcas famosas -Wedgwood, Spode, Rosenthal- foram igualmente incapazes de sobreviver num mercado inundado por louças mais baratas.
Os italianos atualmente compram da China cerca de 60% das suas louças, segundo a entidade setorial Confindustria Ceramica, que representa 273 fábricas com 37 mil empregados.
A associação acusou os chineses de fazerem dumping, vendendo no mercado italiano seus produtos a um custo inferior ao de produção, o que levou a Comissão Europeia a impor alíquotas de importação de 59% sobre alguns utensílios de mesa chineses.
Apesar dos esforços de alguns ex-proprietários para dar novos rumos à Richard Ginori e trazer designers de primeiro time, como Paola Navone, atual diretora artística, o investimento foi insuficiente, segundo críticos.
Hoje, os empregados fantasiam que um novo proprietário trará "a mesma iluminação e o mesmo coração", disse a decoradora Letizia Filippini.
O marquês florentino Carlo Ginori inaugurou a fábrica original aqui em 1735, após vasculhar a Toscana atrás de caulim, a argila branca que é o ingrediente essencial da porcelana.
O negócio floresceu e continuou na família até se fundir em 1896 com a Richard Ceramics, de Milão, dando origem à Richard Ginori.
Naquela época, a empresa fazia peças customizadas para transatlânticos, hotéis de luxo e o Vaticano. Na década de 1930, empregava cerca de 2.000 funcionários.
O começo do fim, segundo muitos, foi há 40 anos, quando a fábrica tornou-se só mais um patrimônio nas carteiras de uma sucessão de empresas italianas.
Em maio passado, os acionistas decidiram reduzir seus prejuízos -que perfaziam uma dívida de € 75 milhões- e fechar a fábrica.
Liquidantes judiciais encontraram um comprador, uma joint venture entre a americana Lenox, fábrica de louças e presentes, e a fábrica de cerâmicas romena Apulum. Mas o acordo não foi adiante. Os liquidantes têm agora até meados de maio para encontrar um comprador que reative a marca. A Lenox e a Apulum dizem estar preparando uma nova proposta.
A cidade de Sesto Fiorentino pouco tem a fazer para determinar o que acontecerá com a fábrica, mas seu prefeito, Gianni Gianassi, insiste que a indústria deve continuar lá.
"O capital estrangeiro é bem-vindo, mas as cabeças e mãos da fábrica devem continuar sendo toscanas", afirmou.
Enquanto isso, o empregado Mauro Poggiali, 35, estudava uma escala junto aos portões, para atender a encomendas que chegaram do Japão depois que a fábrica fechou.
Ele estimou que uma equipe levaria cinco dias para produzir 11 mil peças. "Somos bons", disse. "Não é à toa que somos a Ginori."
Mas os elevados custos trabalhistas e tributários da Itália deixaram a empresa em desvantagem perante a concorrência.
"A Richard Ginori precisa capitalizar em cima da sua alta qualidade", disse o empregado Giovanni Nencini.
"Nós somos a Ferrari da porcelana, mas os planos estratégicos dos últimos anos rebaixaram a qualidade da marca."
Muitas marcas famosas -Wedgwood, Spode, Rosenthal- foram igualmente incapazes de sobreviver num mercado inundado por louças mais baratas.
Os italianos atualmente compram da China cerca de 60% das suas louças, segundo a entidade setorial Confindustria Ceramica, que representa 273 fábricas com 37 mil empregados.
A associação acusou os chineses de fazerem dumping, vendendo no mercado italiano seus produtos a um custo inferior ao de produção, o que levou a Comissão Europeia a impor alíquotas de importação de 59% sobre alguns utensílios de mesa chineses.
Apesar dos esforços de alguns ex-proprietários para dar novos rumos à Richard Ginori e trazer designers de primeiro time, como Paola Navone, atual diretora artística, o investimento foi insuficiente, segundo críticos.
Hoje, os empregados fantasiam que um novo proprietário trará "a mesma iluminação e o mesmo coração", disse a decoradora Letizia Filippini.
O marquês florentino Carlo Ginori inaugurou a fábrica original aqui em 1735, após vasculhar a Toscana atrás de caulim, a argila branca que é o ingrediente essencial da porcelana.
O negócio floresceu e continuou na família até se fundir em 1896 com a Richard Ceramics, de Milão, dando origem à Richard Ginori.
Naquela época, a empresa fazia peças customizadas para transatlânticos, hotéis de luxo e o Vaticano. Na década de 1930, empregava cerca de 2.000 funcionários.
O começo do fim, segundo muitos, foi há 40 anos, quando a fábrica tornou-se só mais um patrimônio nas carteiras de uma sucessão de empresas italianas.
Em maio passado, os acionistas decidiram reduzir seus prejuízos -que perfaziam uma dívida de € 75 milhões- e fechar a fábrica.
Liquidantes judiciais encontraram um comprador, uma joint venture entre a americana Lenox, fábrica de louças e presentes, e a fábrica de cerâmicas romena Apulum. Mas o acordo não foi adiante. Os liquidantes têm agora até meados de maio para encontrar um comprador que reative a marca. A Lenox e a Apulum dizem estar preparando uma nova proposta.
A cidade de Sesto Fiorentino pouco tem a fazer para determinar o que acontecerá com a fábrica, mas seu prefeito, Gianni Gianassi, insiste que a indústria deve continuar lá.
"O capital estrangeiro é bem-vindo, mas as cabeças e mãos da fábrica devem continuar sendo toscanas", afirmou.
Enquanto isso, o empregado Mauro Poggiali, 35, estudava uma escala junto aos portões, para atender a encomendas que chegaram do Japão depois que a fábrica fechou.
Ele estimou que uma equipe levaria cinco dias para produzir 11 mil peças. "Somos bons", disse. "Não é à toa que somos a Ginori."
Porcelana Buen Retiro
A Fábrica Real del Buen Retiro
(popularmente chamada La China pela
semelhança de seus produtos com os do Extremo Oriente ) foi fundada em Madrid em 1760, por
iniciativa do Carlos III da Espanha, como uma extensão da
napolitana Capo-di-monte, semelhante a Meissen Manufactory, o primeira indústria europeia capaz de
produzir uma porcelana de pasta branca
muito dura, semelhante à porcelana cobiçada.
De Nápoles vieram artesãos especializados e três embarques com os
instrumentos necessários e pasta especial para produzir porcelana. A sua qualidade foi reconhecida
internacionalmente, e suas técnicas de produção foram mantidas como segredo de Estado.
Localizada no Jardines
del Buen Retiro,
localização atual da Fonte do Anjo Caído, sua
construção foi iniciada em 1759, sob o comando de Antonio de Borbón, e
concluída por volta de 1760.
Dentro da Buen Retiro podemos distinguir quatro períodos:
1)1760-1770, Gricci, José Palco - Podemos chamá-lo como Buen Retiro período italiano, devido à
predominância dos trabalhadores de Capo-di-monte. O diretor será Joseph Gricci,
que permanecerá na vanguarda da fabricação até a sua morte.
2) 1770-1783,
Scheppers, Carlos - Com a morte de
Joseph Gricci, Buen Retiro está mergulhada em uma profunda crise econômica. A
solução é colocar a frente da fábrica uma pessoa para melhorar sua economia e
abordagem da produção, não só para o fornecimento real, mas para
comercializá-lo para público em geral. Carlos Scheppers será responsável para
assumir a liderança, mas a sua gestão não vai resolver o problema econômico,
que vai durar até a chegada de Bartolomeu Sureda.
3) 1783-1803, Gricci,
Felipe e Scheppers, Carlos. O terceiro período corresponde aos três
últimos anos de Carlos Scheppers, que morreu em 1783 e o mandato de Philip
Gricci que vai até a entrada de Bartolomeu Sureda. Na década de 80, apesar da
influencia italiana é sentida a mudança de estilo, podemos observar outras
fontes, como a inglesa e a alemã. Em 1788, devido à crise econômica tão grave
que atravessava a fábrica, abriu se uma loja na Rua Turk (agora Marquês de Cubas),
que devido à má administração não resolveu a situação como se esperava. Juntamente
com os conflitos levantados entre Gricci e Scheppers, um dos maiores problemas
foi o uso de uma pasta insuficiente para fazer utensílios de mesa, o objeto
mais popular e fácil de vender. Em 1802,
Charles IV enviou Bartolomeu Sureda á Sèvres, para estudar.
4) 1803-1808, Sureda, Bartolomeu Palco - Quando Sureda assume o comando da fábrica, que começa a fazer peças de capa dura pode-se falar de porcelana de Madrid. Entre os objetos a serem fabricados estão utensílios de mesa, biscoitos e especialmente a terminação de obras anteriores. Sureda caracterizou-se pela modernização dos materiais e na fabricação de malhas de uso comum. Ressaltou a influência das correntes francesas.
A marca que identifica fabricação
del Buen Retiro, já utilizado por Capodimonte, é a flor de lis, inscrito na
parte de trás das peças, em azul, preto ou verde.
No Palacio Real de Arajuez, destino de muitas das peças fabricadas pela Buen Retiro, encontra-se o exuberante Gabinete de Porcelana, um prodígio das artes decorativas. A totalidade das paredes e dos tetos apresenta uma riquíssima ornamentação de porcelana em relêvo, mistura de estilo rococó e chinês. Foi realizada por Giuseppe Gricci entre 1763 e 1765 por encomenda de Carlos III, representando a obra máxima da Real Fábrica de Porcelanas do Bom Retiro
alguém conhece a marca de porcelana italina le torri?
ResponderExcluirgrato pela informação que possam postar.
jorge cunha