Foram evidentes as muitas mudanças que ocorreram na Europa ao longo do
século XVIII.
O Iluminismo foi um movimento global, ou seja, filosófico, político, social, econômico e cultural, que defendia o uso da razão como o melhor caminho para se alcançar a liberdade, a autonomia e a emancipação. O centro das ideias e pensadores iluministas foi Paris e o movimento contava com o apoio da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns. Sua influência mudou os padrões de vida política e cultural da época.
Com o aparecimento do Neoclassicismo (neo = novo) um movimento cultural nascido na Europa em meados do século XVIII, a arte e a cultura de todo o ocidente, até meados do século XIX, têm como base os ideais do Iluminismo, cultuando a razão, a ordem, a clareza, a nobreza e a pureza, atributos que acreditavam ser inerentes às culturas gregas e romanas. O movimento expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da sociedade europeia após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de Napoleão.
Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.
O Romantismo é todo um período cultural, que se iniciou na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.O chamado espírito romântico influenciou diretamente as artes.
A Itália, Alemanha e Inglaterra são o berço do romantismo, mas é na França que o romantismo ganhou força e, através dos artistas franceses, os ideais românticos espalharam-se pela Europa e pela América
Suas características principais são: valorização das emoções, liberdade de criação, amor platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e história. Este período foi fortemente influenciado pelos ideais do Iluminismo e pela liberdade conquistada na Revolução Francesa.
O Romantismo foi marcado por dois acontecimentos históricos importantes: as Revoluções Industrial e Francesa. A vida social estava dividida entre a burguesia industrial e o surgimento da classe operária, os proletariados.
A burguesia ganhava poder e o capitalismo se desenvolvia cada vez mais, enquanto os impérios feudais e a aristocracia que dependia deles encontrava-se em situação de calamidade. Era o fim do absolutismo na Europa (causado pelos dois movimentos revolucionários citados anteriormente) e o início da industrialização (que se espalhou por toda Europa).
A história da Porcelana Inglesa
Como aconteceu noutros países da Europa - na Alemanha, em Itália e na França - também na Inglaterra, em meados do séc. XVIII, iniciou se o fabrico de porcelana. Lá, no entanto, ao contrário dos outros países europeus, esse fabrico não contou com o entusiasmo e apoio material dos membros da alta nobreza e da casa real. Foram industriais empreendedores que fizeram a sua aposta neste novo ramo da indústria, alguns já ligados ao fabrico de faiança, mas contando com o apoio de técnicos e artistas vindos do continente europeu.
A necessidade de satisfazerem um mercado que abrangesse também a classe média, para salvaguardar seus investimentos, não lhes permitia o luxo de apostarem apenas no máximo de requinte e de qualidade como aconteceu com Sévres, na França, em Meissen, na Alemanha ou em Capodimonte, na Itália.
Ao contrário da faiança inglesa, a porcelana inglesa é muito pouco conhecida em Portugal. Quando aparecia, a mais antiga, sem marca, geralmente por encomenda, era muitas vezes confundida com a porcelana chinesa de exportação, conhecida como "Companhia das Índias", porque muitas fábricas começaram a copiar os motivos e as formas da porcelana chinesa.
Esta porcelana que serviu o mercado inglês, sobretudo aristocrático, até ao séc. XVIII, e tal como na Holanda, Londres contou com oficinas de decoração de porcelana chinesa, sendo a mais conhecida a de James Giles, um pintor de porcelana que mais tarde também trabalhou para a fábrica Worcester.
No entanto, a primeira fábrica de porcelana inglesa fundada por dois franceses, em 1743, em Chelsea, destinou os seus produtos à aristocracia, seguindo primeiro modelos de Meissen e depois de Sévres. A porcelana de Chelsea que hoje é um nome mítico da porcelana inglesa, caracterizou-se por uma pasta branda ao contrário da porcelana chinesa de pasta dura. Muito branca e leitosa, era usada no fabrico de figuras muito delicadas e serviços de mesa com decorações vegetalistas, peças que hoje atingem valores consideráveis pela sua raridade e beleza.
Na primeira fase as peças eram marcadas com um triângulo gravado, mas depois passaram a utilizar uma âncora, primeiro relevada na pasta, depois impressa em vermelho, dourado ou castanho.
Graças ao prestígio alcançado pela porcelana de Chelsea, a marca da âncora foi imitada por outras fábricas, dentro e fora da Inglaterra e continuaram a produzir-se falsificações ao longo do séc. XIX. Só bons conhecedores das características da pasta e de pormenores da marca, conseguem garantir a autenticidade das peças.
Apostando assim na qualidade, sem apoios de poderosos, esta fábrica não conseguiu manter-se para além do ano de 1769, talvez também devido à doença de Nicholas Sprimont, um dos franceses que a fundou. Nessa altura foi adquirida por William Duesbury, dono da Fábrica de Porcelana de Derby, que tinha sido fundada em 1748. Durante algum tempo a unidade de Chelsea continuou a funcionar sob o nome Chelsea-Derby mas, acabou por ser desmantelada em 1784.
Embora a fábrica de Chelsea seja a mais antiga a produzir porcelana inglesa, outras surgiram ainda antes da de Derby - Limehouse, Bow, Vauxhall - mas nunca atingiram a notoriedade da primeira.
Já nos anos 50 do séc. XVIII a fábrica de porcelana Worcester, a única que se manteve em produção contínua até aos dias de hoje, iniciou a sua atividade.
Derby e Worcester, além de Chelsea, são nomes de destaque quando se fala de porcelana inglesa, mas além destas, podem-se nomear mais umas três dezenas de fábricas que produziram porcelana durante mais ou menos tempo, incluindo Wedgwood e Davenport que são sobretudo conhecidas pela manufatura de faiança.
Como identificar uma porcelana inglesa
Como a assinatura de pintura de um artista, o símbolo de uma porcelana inglesa representa o orgulho de um trabalhador. A diferença é que o símbolo é colocado sobre a louça antes de a peça ser terminada, de modo que ela aparece sob o vidrado. A louça inglesa de ossos é reverenciada como uma das mais finas do mundo. Algumas peças de porcelana têm mais de um símbolo na parte inferior, indicando o nome da empresa que fabricou e o decorador da peça. Outras marcas podem indicar o local em particular que a peça foi fabricada ou o varejista para quem a peça foi feita.
Instruções:
Procure pela palavra “Doulton” na parte de baixo da peça. Royal Doulton usou muitos símbolos em sua história de quase dois séculos, mas toda peça de porcelana tem a palavra em si. Também procure pelas palavras "Lambeth" e "Watts", que indicam os sócios da Royal Doulton. No início do século XIX, essas palavras apareciam em muitas peças de porcelana. "England" começou a constar em cada peça no final do século XIX para fins de exportação. Um símbolo da Royal Doulton com uma linha indica que é de segunda linha.
Procure a palavra “Wedgewood” na peça, pois todas as peças dessa marca possuem o nome. As porcelanas Wedgewood terão; variações dos símbolos ocorreram no decorrer dos anos. Procure pelo símbolo mais antigo. Ele é um jarro de cerâmica com o nome Wedgewood, e, depois dos anos 1800, as palavras “Made in England” foram adicionadas.
Observe marcas na porcelana inglesa com o nome de Shelley. Muitos dos modelos das peças foram submetidos ao Escritório de Patentes e receberam um número registrado. Os números são geralmente precedidos pelas letras "Rd", seguidas de 4, 5 ou 6 dígitos. Procure por um "W" elaborado por Henry Wileman na porcelana que pode ter sido produzida entre 1850 e 1910, antes de as porcelanas Shelley serem fundidas com as Wileman. Todas peças com a palavra Shelley também têm a palavra "England" impressa em algum lugar. Examine a peça Shelley e veja se há um "2" circulado, estampado separadamente na parte de baixo, indicando ser segunda linha.
Observe a cor do símbolo. Durante os primeiros anos de produção, apenas o azul cobalto e o vermelho poderiam suportar a temperatura, portanto eram ambas cores populares. Os símbolos antigos da Royal Worcester são vermelhos. Eles mudaram um pouco com o passar dos anos, mas todos os logos dela apresentam quatro "W"s conectados dentro de um círculo.