Como dizia a minha querida e saudosa professora, Dona Zinha ( Maria de Lourdes Ribeiro de Oliveira), não há segredos na pintura em porcelana. O segredo está unicamente no dom de quem pinta.
Todos podem pintar em porcelana com êxito se assim o desejarem. Se há vontade pessoal de aprender, paciência, perseverança e capricho logo estarão realizando trabalhos que irão agradar.
A porcelana é somente a superfície onde vou trabalhar, onde cada artista, a seu modo, expressa sua criatividade. As técnicas usadas são as mesmas para a tela, para o papel: aquarela, espatulado, bico de pena, mosaico, etc..
A porcelana é uma massa bem esmagada e bem pulverizada constituída da mistura da argila branca pura chamada caulim, do feldspato, que é o silicato de alumínio, e do quartzo, que é o cristal de rocha. Esta massa, depois de modelada é levada ao cozimento em fornos próprios que alcançam temperaturas elevadas de até 1400 graus.
Ela se distingue de outros produtos cerâmicos, especialmente, da faiança e da louça, pela sua vitrificação, transparência, resistência, completa isenção de porosidade e sonoridade.
A decoração da porcelana é uma arte delicada, exigindo um material de primeira qualidade (alguns itens são importados). Os pincéis importados (japoneses, ingleses, franceses e americanos) são os melhores. Quanto às tintas, as nacionais são muito boas e o leque de cores é bem variado.
Depois de decorada a peça vai ao forno, geralmente na temperatura de 680 a720 graus para fixar o trabalho. Dependendo do que se pretende a peça volta ao forno várias vezes.
Por meio de artistas de talento, a pintura em porcelana desponta como uma das artes que concilia a sutileza e a exatidão em obras de rara beleza.